tempo que não volta mais...
Ah, que saudade daquele tempo em que o leiteiro passava cedo, deixava o leite fresquinho na porta, e às vezes até um pão ainda quentinho. A gente acordava com o cheiro do café coado na hora, nada de cápsula nem botãozinho. Era tudo na base do jeitinho e do carinho.
A vida era simples. A gente trabalhava na roça, que era o único jeito de garantir o sustento. Não tinha essa de mercado cheio de prateleira — a gente fazia troca com os vizinhos. Eu tinha arroz, ele tinha feijão, e no fim do dia, todo mundo comia. Não sobrava muito, mas também não faltava o essencial: união, esforço e comida feita com alma.
Naquele tempo, receita era escrita à mão, em caderno velho com cheiro de tempo e dedo de farinha. A vó fazia bolo de fubá sem precisar de vídeo tutorial, só com memória e amor. Internet? Só se fosse a rede armada no quintal, pra descansar depois do almoço. E celular? O que conectava a gente era a conversa na varanda, o cafezinho passado, o "entra, senta e conta as novidade".
Era outro mundo. Mais lento, mais verdadeiro. Um tempo que ficou na memória, guardado no coração — dos nossos avós, dos nossos pais, e agora da gente, que só observa de longe e suspira: “que tempo bom que não volta mais...”
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