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25 de abr. de 2011

Monte Takao vale a pena conferir

aventura, misticismo e boa comida


Takao é um monte sagrado, disputado por seres fantásticos do folclore japonês, turistas e religiosos. É uma das montanhas mais visitadas do país. A média anual chega a marca de 2.6 milhões de visitantes.


Eu estive lá para ver o que o local tem de tão especial para turistas de todas as espécies (humanos e criaturas do além).


O Takao-san – maneira como os japoneses se referem à montanha – fica a menos de uma hora de trem de Tóquio, na cidade de Hachioji, o que é uma comodidade para os turistas que visitam a capital japonesa.


No guia de viagem Michelin, o monte tem três estrelas, o que significa que é um passeio altamente recomendado. E há vários motivos para essa recomendação: floresta de cedros com mais de cem anos de idade, cachoeiras, macacos, templos no meio da mata. Mas a vista do Fuji e as trilhas são as grandes atrações para os amantes do trekking e da natureza.


A partir da estação de trem Takao-san-guchi, que fica na base da montanha, a gente caminha cinco minutos para chegar no ponto onde ficam as opções para subir o Takao: oito trilhas, um teleférico e um bondinho.








É impressionante ver os velhinhos japoneses subindo as trilhas como se fosse um passeio na praça. Com inveja do preparo deles, mas sem a mesma disposição, eu fui de teleférico. Depois, botei os bofes para fora ao seguir até o topo pela trilha 1, chamada de “o caminho dos peregrinos. No total, são 599 metros de altitude. Ao todo foram cerca de 40 minutos de caminhada. A vista é um colírio para os olhos, mas uma purgação para os corpos preguiçosos, como o meu!! De lá, a gente vê uma imensidão de vales e montanhas e, mais adiante, a gigantesca capital japonesa.





A blogueira colocando os bofes para fora





Caminho dos peregrinos


Se o peregrino der sorte, consegue avistar o monte Fuji. Não foi o meu caso, já que o horizonte estava meio turvo.. No verão nem sempre é possível ver, com nitidez, o monte mais alto e bonito do Japão. É no inverno que o símbolo deste país exibe todo o seu esplendor. Em dezembro, o espetáculo é exuberante: quem está no monte Takao, consegue ver o sol se pondo bem na ponta do monte Fuji, num fenômeno conhecido por aqui como “diamante, por causa do brilho que parece o de uma gigantesca pedra preciosa.





Escolhi a trilha 1 porque leva ao templo budista Takao-san Yakuin, que acredita-se ter sido construído no ano 744.











Foi no templo que tive o meu primeiro contato com o tengu, uma espécie de goblinjaponês. Os tengus têm, como característica marcante, um nariz comprido – quase obsceno - ou uma cabeça de pássaro. A lenda dos tengus tem traços tanto da religião budista quanto da xintoísta. Poderiam ser comparados aos brasileiros Curupira ou Saci-Pererê, já que habitam as matas e adoram pregar uma peça. Só que as vítimas do tengus são os sacerdotes budistas orgulhosos ou arrogantes, que usam o poder da sabedoria para adquirir fama. O goblin gosta de brincar de Freddy Krueger, penetrando no sonho dos mortais, causando pesadelos de dar medo nos mais corajosos. É também ventríloquo e faz com que palavras terríveis saiam de nossas bocas. Ainda por cima tem a capacidade de mudar de forma.os jardins mais lindos que já vi na vida. Parece cenário do filme Sonhos de Akira Kurosawa!





Garçonete - com traje tradicional japonês - trazendo mais um prato.





A blogueira tirando onda nos jardins do restaurante





São várias casinhas no estilo japonês. Os caminhos entre as casinhas são recortados por lagos com carpas, que a gente atravessa cruzando pontes bucólicas e são decorados por bonsais, cachoeiras e muitas flores. No fim da tarde as lanternas são acesas tornando tudo muito romântico.











A carne de Kobe assada à mesa sobre uma pedra quente


Claro que, como estou no Japão, há sempre o momento “lost in translation” do dia. E foi o que aconteceu...


A atendente tentou explicar, em inglês, um dos inúmeros pratos da refeição. Ela anunciou: “agora, vou servir o liver fish”, que significa "fígado de peixe". Meus companheiros de almoço - todos estrangeiros - quase tiveram um treco. Nós tentamos bolar um plano para dar cabo daquela “iguaria” inusitada. Eu defendi a idéia de que deveríamos experimentar, mesmo que fosse para nunca mais comer isso na vida. Outros resistiram à proposta e ficaram imaginando formas de se livrar da comida sem deixar os atenciosos funcionários magoados. No fim das contas, quando o prato chegou, se tratava de "peixe de rio" e não "fígado". É que na pronuncia japonesa river (rio) virou liver (fígado). Em meio a risadas, a tranquilidade voltou a reinar na montanha.





"Liver fish"'


Para chegar até lá, o comensal pode pegar um shuttle do próprio restaurante na frente da estação Takao-san-guchi.


Eu ainda tenho que voltar ao Takao e descobrir o que ou quem se esconde nas outras trilhas e tentar ver o monte Fuji. Depois eu conto para vocês.


Acesso ao Monte Takao:


Os trens partem, de 20 em 20 minutos, da estação Shinjuko, em Tóquio, pela linha Keio um lugar que nao conheço mas um dia eu vou la (imagens retiradas da internet)






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