musica

21 de abr. de 2011

A chuva



Foi como um tino Maria!


Truvuada, cada relampeju cortando o arto do céu.


Minino corre pra butar camisa.


Cobre o espelho.


Empurra a porta e roda a tramela.


Nessa época, agente num brinca com nosso Senhor não!






Lá é assim.


Só uma ispiada pra vê que vai chuver.


Chapéu na mão, olho no céu, sorriso é gratidão!


A terra ta pronta, passou a enxada.


Agora as graças é pra São Pedro.






A chuva é vida e esperança.


Garantia do pão e fartura!


Mas não pode ser um bucado não.


E se for, tem nada não!


Caí no riachu e deságua no rio que vai dá num mar.


A chuva aqui lava a terra e leva os garranchos.


Pode até fazer valeta, mas prejuízo num dá não!






Mas é, é, é... Diferente Maria!


É diferente.


Chuva na roça é diferente.


Não é iguá a chuva da cidade não!






Lá na roça a chuva molha a terra.


Na cidade molha o asfarto!


Chuva na roça, riachu desce o rio.


Na cidade tem pra onde ir não!






Chuva na roça cheiro de terra molhada.


Chuva na cidade cheiro de morte e lamúria...


Lá na roça quando vem a chuva o homem da gaitada.


Na cidade quando vem a chuva o homem chora.


Tem medo, querem ir embora...






Ir embora pra onde Zé?


- Só Deus sabe Maria!


Quer vortar pra roça, pra sentir cheiro da terra molhada.


Mas num dá mais pra vortar.


Agora tem que incarar.


Por que homem que é homem, é homem até num mar.

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